Posted: 04 Nov 2011 09:59 AM PDT
Deus
entregou à humanidade o domínio sobre a terra e estabeleceu a teocracia
como a forma de governo original deste mundo (Gn 1.26-29). Numa
teocracia, o governo divino é administrado por um representante. Deus
designou o primeiro homem, Adão, para ser Seu representante. Adão
recebeu a responsabilidade de administrar o governo de Deus sobre a
parte terrena do Reino universal de Deus.
Pouco
tempo depois de ter dado esse poder ao homem, Satanás induziu Adão e
Eva a se aliarem a ele em sua revolta contra Deus (Gn 3.1-13). Como
resultado, a humanidade afastou-se de Deus e a teocracia desapareceu da
face da terra. Além disso, com a queda de Adão, Satanás usurpou de Deus o
governo do sistema mundial. A partir de então, ele e suas forças
malignas passaram a governar o mundo. Conforme veremos a seguir, muitos
fatores revelam essa terrível transição.
A Negação da Revelação Divina
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O
reinado de Satanás sobre o mundo tem ocorrido de forma invisível,
incentivando o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à
verdadeira realidade.
O
diabo tinha autoridade para oferecer o domínio sobre o sistema do mundo
a quem ele quisesse, inclusive a Jesus Cristo, pois essa autoridade lhe
tinha sido entregue por Adão (veja Lc 4.5-6). Foi por isso que Jesus
chamou Satanás de “príncipe [literalmente, governador] do mundo” (Jo 14.30).
João disse que o mundo inteiro jaz no maligno (1 Jo 5.19) e Tiago
declara que todo aquele que é amigo do atual sistema mundano é inimigo
de Deus (Tg 4.4).
Até
este ponto de nossa história, o reinado de Satanás sobre o mundo tem
ocorrido de forma invisível. Trata-se de um domínio espiritual que
incentiva o surgimento de cosmovisões e filosofias contrárias à
verdadeira realidade. As Escrituras nos ensinam que, no futuro, Satanás
irá tentar converter esse domínio espiritual e invisível em um reino
político, visível e permanente – dominando o mundo inteiro. Para
alcançar seu objetivo, Satanás precisa induzir a humanidade a buscar a
unificação sob um governo mundial. Ele também tem de condicionar o mundo
a aceitar um governante político supremo que terá poderes únicos e fará
grandes declarações a respeito de si mesmo.
Utilizando-se
da tendência secular e humanista da Renascença e de algumas ênfases
propagadas pelo Iluminismo, o diabo conseguiu minar a fé bíblica de
porções importantes do protestantismo e também determinadas crenças do
catolicismo romano e da Igreja Ortodoxa. O resultado foi que, no final
do século XIX e no início do século XX, o mundo começou a ouvir que a
humanidade nunca havia recebido a revelação divina da verdade.
No
entanto, o único modo pelo qual a existência de Deus, Sua natureza,
idéias, modos de agir, ações e relacionamento com o Universo, com a
Terra e com a humanidade podem ser conhecidos é através da revelação
divina da verdade. Por isso, a negação dessa revelação fez com que
durante o século XX muitas pessoas concluíssem que o Deus pessoal,
soberano e criador descrito na Bíblia não existe; ou, se existe, que Ele
é irrelevante para o mundo e para a humanidade.
Essa
negação da revelação divina da verdade resultou em mudanças dramáticas,
que tiveram graves conseqüências na sociedade e no mundo. Em primeiro
lugar, ela levou muitas pessoas ao desespero. Deus criou os seres
humanos com a necessidade de terem um relacionamento pessoal com Ele,
para conhecerem o sentido e propósito supremos desta vida. A declaração
de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual
dentro das pessoas. Esse vazio levou ao desespero e à extinção da
perspectiva de alcançar o sentido e propósito supremos desta vida.
Satanás, então, ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras
formas de ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos
da Nova Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos
demoníacos para preencher esse vazio e fazer com que as pessoas sejam
influenciadas por ele.
A Negação dos Absolutos Morais
A declaração de que Deus não existe ou é irrelevante provocou um vazio espiritual dentro das pessoas.
A
negação da revelação divina da verdade resultou também na negação dos
absolutos morais. O argumento mais usado é: se os padrões morais não
foram revelados por um Deus soberano que determinou que os indivíduos
são responsáveis por suas ações, então os absolutos morais
tradicionalmente aceitos foram criados pela humanidade. Assim sendo, uma
vez que a humanidade é a fonte desses absolutos, ela tem o direito de
rejeitar, mudar ou ignorá-los.
O
resultado dessa racionalização falaciosa é que a sociedade acabou
testemunhando uma tremenda decadência moral. Ela passou a rejeitar a
idéia de que apenas as relações heterossexuais e conjugais são
moralmente corretas, passando a desprezar e ameaçar cada vez mais os que
defendem essa idéia. Movimentos estão surgindo em todo o mundo para
redefinir legalmente o conceito de matrimônio e para forçar a sociedade a
aceitar essa nova idéia, a abolir ou reestruturar a família e proteger a
propagação da pornografia.
O
assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi
legalizado em muitos países. Algumas pessoas ainda insistem em dizer que
não existe questão moral nenhuma envolvida no suicídio assistido, na
clonagem humana e na destruição de embriões humanos em nome da pesquisa
de células-tronco. O assassinato e a mentira passaram a ser aceitos como
norma. Essa falência moral ameaça as próprias bases da nossa sociedade.
A Negação da Verdade Objetiva e de Seus Padrões
A
negação da revelação divina da verdade resultou na conclusão de que não
existe uma verdade objetiva que seja válida para toda a humanidade.
Cada indivíduo seria capaz de determinar por si mesmo o que é a verdade.
Assim sendo, aquilo que é verdade para uma pessoa não é,
necessariamente, verdadeiro para outra. A verdade passou a ser algo
subjetivo e relativo.
A
racionalização nos levou à conclusão de que não há padrão objetivo pelo
qual uma pessoa seja capaz de avaliar se algo está certo ou errado.
Agora ninguém mais pode dizer legitimamente a outra pessoa que algo que
ela está fazendo é errado. Seguindo essa racionalização, nunca se deve
dizer a outra pessoa que seu modo de vida é errado, mesmo que, vivendo
dessa maneira, ela possa morrer prematuramente. Também não será
permitido que alguém diga a um adolescente que o sexo não deve ser
praticado antes do casamento. Afinal de contas, ninguém tem o direito de
impor seus conceitos de certo ou errado sobre os outros.
Essa
negação da verdade objetiva e do padrão objetivo de certo e errado é
propagada através de uma “redefinição de valores” promovida por escolas,
por universidades, pela mídia, pela internet, por várias publicações,
por alguns tipos de música e pela indústria do entretenimento como um
todo. Algumas universidades, inclusive, já adotaram uma política que
abafa qualquer expressão do que é certo ou errado por parte de seus
alunos e professores. Esse tipo de atitude resulta em censura e
intolerância.
A
negação da verdade objetiva e dos padrões objetivos de certo e errado
motivaram alguns a defenderem que os pais devem ser proibidos de bater
nos filhos quando estes fizerem algo que os pais acreditam ser errado.
A Redefinição da Tolerância
Satanás
ofereceu a bruxaria, o espiritismo, o satanismo, outras formas de
ocultismo, a astrologia, o misticismo oriental, os conceitos da Nova
Era, as drogas, algumas formas de música e outros substitutos demoníacos
para preencher o vazio espiritual e fazer com que as pessoas sejam
influenciadas por ele.
Isso
tudo também resultou em um movimento que visa forçar a sociedade a
aceitar um novo conceito de tolerância. A visão histórica da tolerância
ensinava que as pessoas de opiniões e práticas diferentes deveriam viver
juntas pacificamente. Cada indivíduo tinha o direito de acreditar que a
opinião ou prática contrária à sua estava errada e podia expressar essa
crença abertamente, mas não podia ameaçar, aterrorizar ou agredir
fisicamente aqueles que discordavam dele.
Porém,
a tolerância passou por uma redefinição. O novo conceito diz que
acreditar ou expressar abertamente que uma opinião ou prática de uma
pessoa ou de um grupo é errada equivale a um “crime de ódio” e,
portanto, deve ser punido pela lei. Grupos poderosos estão pressionando o
Congresso americano, por exemplo, para fazer com que esse novo conceito
torne-se lei. Isso ocorrerá se for aprovado o que passou a ser
conhecido como “lei anti-ódio”. Uma vez que nos EUA já existem leis
contra ameaças ou prejuízos físicos causados a pessoas ou grupos de
opiniões e práticas distintas, é óbvio que o objetivo desse projeto é
tornar ilegal a liberdade de crença e de expressão. Se esse projeto for
aprovado, os EUA passarão a ser mais um Estado totalitário, comparado
àqueles que adotaram a Inquisição e o comunismo. [Tendências semelhantes
se verificam na maior parte dos países ocidentais – N.R.]
Já
que o mundo foi levado a acreditar que não há verdade objetiva válida
para toda a humanidade e nenhum padrão objetivo que sirva para verificar
se algo está certo ou errado, cada vez mais defende-se a idéia de que
todos os deuses, religiões e caminhos devem ser aceitos com igualdade.
Por isso, todas as tentativas de converter pessoas de uma religião para
outra devem ser impedidas e as afirmações de que existe apenas um Deus
verdadeiro, uma religião verdadeira e um único caminho para o céu são
consideradas formas visíveis de preconceito. O pluralismo religioso está
se tornando lugar-comum hoje em dia.
Se
não há nenhum padrão objetivo para determinar o certo e o errado, então
qual base uma sociedade ou um indivíduo pode usar para concluir que
matar é errado? Isso incluiu os assassinatos praticados por médicos que
fazem abortos ou os massacres provocados por psicopatas em escolas e em
lugares públicos? Pois, talvez alguns desses atos violentos sejam
resultantes do fato de seus autores terem concluído que, se não existe
um padrão objetivo para determinar o que é certo e o que é errado, para
eles é correto assassinar.
Se
essa espécie de lei anti-ódio for aprovada, ela terá conseqüências
drásticas. As pessoas que virem esse tipo de lei sendo posta em prática
acreditarão que esse é o caminho correto. Mas, durante as campanhas
eleitorais e nas sessões legislativas, os políticos poderão fazer
acusações uns aos outros ou dizer que as ações dos seus oponentes são
erradas?
O Desejo de Unidade
A negação da revelação divina da verdade gerou uma crescente convicção de que o objetivo da humanidade deve ser a unidade. O Manifesto Humanista II diz:
Não temos evidências suficientes para acreditar na existência do sobrenatural. Trata-se de algo insignificante ou irrelevante para a questão da sobrevivência e satisfação da raça humana. Por sermos não-teístas, partimos dos seres humanos, não de Deus, da natureza, não de alguma deidade.O argumento prossegue:
Não somos capazes de descobrir propósito ou providência divina para a espécie humana... Os humanos são responsáveis pelo que somos hoje e pelo que viermos a ser. Nenhuma deidade irá nos salvar; devemos salvar a nós mesmos.
À luz do pensamento de que a salvação da destruição total depende da própria humanidade, o Manifesto continua:
Repudiamos a divisão da humanidade por razões nacionalistas. Alcançamos um ponto na história da humanidade onde a melhor opção é transcender os limites da soberania nacional e andar em direção à edificação de uma comunidade mundial na qual todos os setores da família humana poderão participar. Por isso, aguardamos pelo desenvolvimento de um sistema de lei e ordem mundial baseado em um governo federal transnacional.
O assassinato de seres humanos parcialmente formados (aborto) já foi legalizado em muitos países.
Finalmente, o documento declara:
O compromisso com toda a humanidade é o maior compromisso de que somos capazes. Ele transcende as fidelidades parciais à Igreja, ao Estado, aos partidos políticos, a classes ou raças, na conquista de uma visão mais ampla da potencialidade humana. Que desafio maior há para a humanidade do que cada pessoa tornar-se, no ideal como também na prática, um cidadão de uma comunidade mundial?
A
existência de instituições internacionais, como a Corte Internacional
de Justiça e as Nações Unidas, os meios de transporte rápidos, a
comunicação instantânea e a internacionalização crescente da economia
fazem com que a formação de uma comunidade mundial unificada pareça ser
possível. O tremendo aumento da violência, incluindo a ameaça de
terrorismo que paira sobre todo o mundo, pode levar a civilização a uma
governo mundial unificado em nome da sobrevivência.
A Deificação da Humanidade
A
negação da revelação divina da verdade criou uma tendência em
deificar-se a humanidade. Thomas J. J. Altizer, um dos teólogos
protestantes do movimento “Deus está morto” da década de 60, alegava
que, uma vez que a humanidade negou a existência de um Deus pessoal, ela
deve alcançar sua auto-transcendência como raça, algo que ele chamava
de “deificação do homem”. O erudito católico Pierre Theilhard de Chardin
ensinava que o deus que deve ser adorado é aquele que resultará da
evolução da raça humana.
Com
tais mudanças iniciadas com a negação da revelação divina, Satanás está
seduzindo o mundo para que caminhe em direção à unificação da
humanidade. Ela ocorrerá quando todos estiverem sob um governo mundial
único que condicionará o planeta a aceitar seu líder político máximo, o
Anticristo, o qual terá poderes únicos e alegará ser o próprio Deus. -
Em Cristo – Aparecido Lopes
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